Bons tempos em que os Reis eram Magos

 

Nos textos históricos de vários povos sempre se indica que os reis eram pessoas muito sábias. Ao contrário de hoje, onde quanto pior o candidato mais chance ele tem de se eleger já que as pessoas votam em quem se identificam e no atual sistema democrático a maioria vence, os que comandavam o povo na antiguidade eram pessoas muito sábias tanto em conhecimento como em sabedoria. Isto ocorria porque em tempos passados os reis eram Iniciados. A bíblia cristã fala em “reis-magos” e era exatamente isto que eram. Seres espirituais mais antigos e mais experientes, e naturalmente mais evoluídos, que conhecendo os mistérios, e também os buscando, utilizavam-se do poder humano para ajudar a estabilizar um grau de consciência mínima que estava começando a surgir na civilização humana. Eram pessoas que estavam para servir e não para ser servidas.

Estes reis, como todo Iniciado, viviam uma vida dupla, o caminho iniciático da cruz; a ascensão vertical e a caminhada horizontal. Abertamente, para a sociedade, eram reis com a obrigatoriedade da postura de comando e poder e para o grupo fechado, dos Iniciados, eram apenas mais um. Quando os reis-Iniciados se apresentavam ao povo se portavam como reis manifestando toda a sua autoridade e junto consigo estavam seus mais chegados e que também eram Iniciados. Estes eram os conselheiros, os sacerdotes e todos aqueles que ficam mais próximo ao rei, aqueles que ajudam a administrar. O Iniciado que servia como rei era apenas alguém dentre eles que servia como representante pois era preciso ter um para concentrar a imagem da autoridade; mas eles todos, os Iniciados, como um grupo que comungava dos mesmos propósitos, de ajudar as pessoas e evoluir espiritualmente, participavam do reinado.

Havia a vida pública e a privada dos Iniciados, cada uma cumprindo seus propósitos. Enquanto a vida pública era destinada ao ensinamento e ajuda ao povo, a vida privada, o círculo fechado, era destinada à própria instrução e evolução deles. Nas reuniões fechadas entre os Iniciados o rei ficava numa ponta da mesa, que não era redonda e sim retangular, com os demais em seu lado direito e esquerdo e na outra ponta da mesa não sentava ninguém. O rei que para o povo sentava no trono entre os Iniciados sentava no chão. O rei era geralmente o Iniciado com mais conhecimento e nas reuniões fechadas ele instruía os outros do grupo, que também tinham a palavra e poderiam dar aulas para o grupo e do qual o Rei também participaria para aprender. Entre eles não havia hierarquia. Por mais que o Rei lhes representasse algo a mais, uma autoridade a ser respeitada pelo conhecimento da senda, não era alguém para ser temido pelo poder mundano, como as pessoas temiam; e, o Iniciado que era rei também não se impunha sobre o grupo.

Nas festas que o Rei dava para o povo havia música, barulho e as pessoas se divertiam, dançavam e cantavam. Porém, na reunião dos Iniciados tudo era silêncio e introspecção. O Rei, que sentava na ponta da mesa retangular, tomava o comando das preces. O momento de alimentação era sagrado. Pegavam a comida com muita solenidade e abraçavam junto ao peito antes de comer. Havia uma comunhão com o alimento, uma reverência, ao contrário da alimentação das outras pessoas que é sempre com barulho, ansiedade e conversas. O momento da alimentação era um dos mais sagrados que havia. As pessoas rezam e oram antes de comer, “agradecem a Deus” pelo alimento, mas basta acabar a prece que não há a consciência alguma do que está acontecendo em seu Eu no momento em que ingerem o alimento. Basta terminar a prece e o alimento é simplesmente jogado para dentro do corpo. Começam os papos, conversas, risadas e gargalhadas. A comunhão com o alimento vem da introspecção que gera a consciência do ato. A consciência é o agradecimento.

Todos os Iniciados faziam parte da mesma linhagem iniciática, a de Moisés. Por isso a contenda religiosa não faz parte de um verdadeiro Iniciado. Os Iniciados fazem todos, sem exceção, parte de um mesmo grupo, pois a Verdade é uma só, que se encontrava e se encontra espalhado por todos os cantos do mundo e por todas as religiões, em todos os povos, etnias e culturas. O que um Iniciado muçulmano aprende é o mesmo que um Iniciado judeu aprende, ambos sabem disto e por isto não entram em atrito. Por isso que qualquer pessoa que acha que existe religião melhor ou pior do que outra não é um Iniciado. Todos os Iniciados aprendem a mesma coisa. Os Iniciados muçulmanos também seguem a linha de Moisés. A expressão que os Iniciados usavam ao passar a tradição era “Moisés aprendeu isso”. As reuniões fechadas serviam para passar a tradição e sempre era lembrado que tudo aquilo começara com Moisés.

Sobre a tradição iniciática, o grande X da questão, a parte grande e poderosa da espiritualidade na Terra, no atual ciclo da raça humana, começou com Moisés. Alguns falam que a tradição iniciática começou com Abraão, outros que foi com Jesus, mas não, aquele que recebeu de uma fonte superior o negócio todo e começou a passar foi Moisés e é pela linhagem da tradição de Moisés que os Iniciados de todas as épocas de todo o mundo estudavam e passavam os ensinamentos. Foi com Moisés que tudo começou quando ele recebeu de uma determinada fonte todo o ensinamento. Alguns religiosos podem não querer aceitar isso, não aceitar esta conexão entre aquilo que definiu como sua religião e as religiões que considera erradas, mas a verdade é que todos os Iniciados comungavam pacificamente dos mesmos ensinamentos.

Haviam alguns ensinamentos que eram abertos ao público e que eram lecionados nos templos pelos próprios sacerdotes do Rei, que também eram Iniciados. O despertar de kundalini era ensinado abertamente tamanha a sua importância para o despertar da consciência. Os sacerdotes que serviam ao rei também ensinavam ao povo algumas coisas, apenas o rei que não, que não fazia isso para manter-se separado e assegurar a figura de poder que era necessária na época. Naquele tempo, a humanidade ainda não estava pronta para aprender muita coisa, era necessário apenas estabilizar noções básicas de civilidade como limites, por isso a figura do Rei era necessária, e ninguém melhor que um Iniciado para exercer tal função. Acima de tudo, os Iniciados tinham compaixão, benevolência e paciência com a humanidade, que necessita de sua ajuda e por isso se propunham a servir, para ajudar.

Por mais que os reis fossem magos isso não poderia impedir que determinadas situações ocorressem. Não havia “magia” que impedisse uma invasão, como invasões de bárbaros que ocorreram em muitos templos. Os Iniciados que faziam parte do governo dos povos sabiam que tudo aquilo fazia parte de um plano maior, que tudo tinha conexão, que era o curso natural das coisas e não poderiam evocar quaisquer forças para impedir aquilo. Muitos templos de reis magos foram destruídos por homens e os Iniciados nada fizeram, o que mostra ainda mais o seu alto grau de sabedoria. Tudo que existe e ocorre é necessário, de uma forma ou de outra, apenas a percepção limitada e falha humana não consegue perceber. Em uma escala cósmica, tudo está em perfeita harmonia e comunhão. A aceitação do curso natural das coisas era uma manifestação da sabedoria  destes Iniciados que sabiam que tudo tem seu tempo e que o seu tempo como reis também chegaria ao fim.

O tempo dos Iniciados no governo do povo já foi. Foi preciso em uma determinada época, daquela forma estendida, mas hoje já não é tempo disto. Era o tempo em que o povo amava, que tinha orgulho, que confiava, que se regozijava, que dava sua vida e que era feliz pelo seu rei, este era o tempo dos reis Iniciados, os reis que eram magos e que na maior prova de seu altruísmo e desenvoltura como Iniciado se doavam ao serviço para ajudar a humanidade que vivia nas trevas. Suas intenções com o povo eram as mais nobres possíveis, estavam para servir ao povo e por isso eram amados. Seu propósito, conhecimento, sabedoria e inteligência não poderia lhes gerar outro fruto. Era o tempo em que os Iniciados eram reis, úteis e se dedicavam a servir. O tempo passou e passará mas isso nunca mudará: o Iniciado sempre será útil e sempre se prestará a servir. Foi-se o tempo em que os Iniciados serviram como reis. Bons tempos aqueles.

 

6 comentários sobre “Bons tempos em que os Reis eram Magos

  1. Evaristo disse:

    Confrontando a reflexão deste artigo com outro seu (O nauseabundo nível atual dos membros de ordens iniciáticas), em que explica sobre a abertura de conhecimento iniciático a membros novatos, por força desta época de transição planetária, questiono por que a igreja católica não está fazendo o mesmo com seus fiéis. Sabe-se que a teologia que os padres estudam no seminário engloba conhecimentos de outras religiões, incluindo princípios de espiritualidade avançada. Esses conhecimentos que os padres estudam não são apresentados nas missas. Se as ordens ditas iniciáticas (e, por extensão, toda instituição ou linha de pensamento que tenha por missão ensinar a libertação pela consciência), por força do atual momento cósmico, estão preferindo que o vulgo partilhe nem que seja um pouquinho do saber avançado ao invés de mantê-lo concentrado no núcleo mais dedicado, por que a ICAR não segue esta tendência? Sendo ela dirigida pelos reptilianos do Vaticano, e admitindo que sejam eles que se posicionarão com mais diretriz na nova fase em que entra a humanidade, suponho que deveriam tomar a dianteira no quesito partilha do conhecimento avançado. Reflitamos sobre isso. Continue!

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